Guia de 1º Socorros para Cães
e Gatos
O intuito deste guia é orientar
o proprietário como agir em situações em que o socorro
imediato ao animal se faz necessário. E disso, muitas vezes,
irá depender a vida do animal até que o socorro veterinário
seja possível. Aprenda como agir em casos como atropelamentos,
convulsões, envenenamentos, picada de cobras, etc..
MEDIDAS GERAIS: ANALISAR SE O CASO É DE
EMERGÊNCIA OU URGÊNCIA.
Emergência:
Requer medidas imediatas das
quais a vida do animal irá depender .
Exemplo: hemorragias, parada
cardíaca e/ou respiratória, atropelamentos, envenenamentos,
choques elétricos, afogamento, inalação de fumaça nos
incêndios,etc..
Urgência:
São casos de menor gravidade,
mas que devem ser socorridos a tempo para que o animal não
tenha complicações mais graves.
Exemplo: vômitos ou diarréias
intensos, piometra (infecção uterina nas cadelas), ausência de
urina por mais de 24hs, convulsões e outros.
SEJA QUAL FOR O CASO, PROCURAR MANTER A CALMA.
Em desespero, o proprietário pode
cometer erros ou não conseguir colocar em prática uma medida
simples, mas importante.
SEMPRE ANALISAR SE O ANIMAL ENTROU EM ESTADO DE
CHOQUE.
Este estado significa um
deficiente suprimento de sangue para os órgãos vitais e pode
ser fatal.
Estado de
Choque
Parada Cardíaca e/ou Pulmonar
Hemorragias
Cortes
Profundos
Choques
Elétricos
Queimaduras
Vômitos e Diarréias
Ataques Epiléticos
Picadas de
Cobra
Estado de Choque
Sintomas:
temperatura do corpo
baixa(principalmente nas extremidades como patas e orelhas)
batimentos cardíacos acelerados
respiração acelerada
perda da consciência (pode ou
não haver)
gengivas muito pálidas
O animal pode entrar em choque
em casos de hemorragias graves, atropelamentos,
envenenamentos, choques elétricos intensos, desidratação
grave, queimaduras graves e outras situações de emergência.
O que Fazer:
- Manter o animal
deitado de lado.
- Manter a cabeça
e região do tronco mais baixos do que a parte traseira do
corpo. Isso garantirá que o sangue - chegue ao cérebro e
coração.
- Aquecer o
animal: enrole-o num cobertor e coloque uma bolsa de água
quente ou garrafa com água quente próximo ao animal, se for
possível.
- Coloque a
língua do animal para fora de um dos lados da boca, para
garantir que a respiração não seja obstruída.
- Estanque qualquer hemorragia
(ver conduta em casos de hemorragia)
- Transportar ou movimentar o
animal delicadamente evitando
dores e traumatismos. Se possível, improvise uma maca.
PROCURAR AUXÍLIO VETERINÁRIO O MAIS RÁPIDO
POSSÍVEL
Para isso, tenha sempre à mão o
telefone e endereço do hospital veterinário com plantão 24hs
mais próximo de sua localidade ou de uma clínica veterinária
bem equipada para atender a emergências.
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Parada Cardíaca e/ou
Pulmonar
Podem ocorrer isoladas ou
conjuntamente.
Quando ocorre:
Em casos de animais que
receberam um forte choque ao morder um fio elétrico,
atropelamentos, quedas ou traumatismos graves, animais
cardíacos, afogamentos, etc...
Sinais:
Colocando a mão sobre o lado
esquerdo do peito do animal, não há sinais de batimentos
cardíacos e/ou observando o tórax do animal, não há movimentos
respiratórios.
O que Fazer:
Deve-se proceder a massagem
cardíaca e respiração artificial dentro de , no máximo, 5
minutos. Deitar o animal sobre o lado direito.
Respiração Artificial:
Com a sua mão, feche a boca do animal
segurando firmemente o focinho. Eleve a cabeça do animal e
encoste sua boca no focinho dele (você pode usar um lenço fino
para evitar o contato direto). Sopre para dentro das narinas
até sentir que o peito do animal se eleva. Deite a cabeça do
animal e pressione
o peito dele delicadamente para que o ar
saia. Em 1 minuto, repita o procedimento 8 a 10 vezes.
Verifique se o animal volta a respirar. Continue a respiração
artificial, caso ele ainda não esteja respirando. Alterne o
procedimento com outra pessoa quando você se cansar.

Massagem Cardíaca:
O cão deve estar deitado sobre
o lado direito. Coloque a palma da sua mão sobre o coração do
animal (veja a ilustração). Faça uma pressão firme e rápida
sobre a região e solte. Você deve pressionar rapidamente e
soltar uma vez por segundo. No caso de cães muito pequenos ou
gatos, usar as pontas dos dedos para pressionar o coração.
Massagear por um minuto e observar se os batimentos cardíacos
voltam.

Obs:
No caso de você ter que realizar conjuntamente a massagem
cardíaca e respiração artificial, faça uma seqüência de 5 ou 6
pressões sobre o coração, intercaladas por uma respiração.
Continue realizando esse procedimento a caminho do veterinário
caso o animal ainda não voltou a ter sinais respiratórios ou
cardíacos. Se você não tiver acesso rápido a um veterinário e
já realizou a ressuscitação por mais de 30 minutos, sem
sucesso, dificilmente o animal sobreviverá.
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Hemorragias
Hemorragia é toda a perda de
sangue que o organismo possa sofrer seja ela rápida (aguda) ou
de forma lenta e gradativa (crônica). Neste guia iremos
explicar como estancar uma hemorragia em casos de acidentes
quando a perda sanguínea muito rápida pode ser fatal. Uma
perda de grande volume de sangue em pouco tempo irá provocar
uma parada cardíaca, pois o coração não terá líquido
suficiente dentro dos grandes vasos sanguíneos para bombear.
HEMORRAGIAS
EXTERNAS
Fáceis de detectar pois você
visualiza e perda de sangue. Normalmente, ela é provocada por
um corte, perfuração ou brigas entre cães.
Superficiais: Atinge só a pele. Os pequenos vasos que irrigam
a pele são rompidos e a perda de sangue é considerável, mas
raramente fatal.
O que Fazer:
Aplique um pano limpo ou compressas de gase
sobre o corte e pressione por alguns minutos. Mantenha a
pressão até o sangramento parar. O tempo para que isso ocorra
é variável e está relacionado com a região do corte e a
extensão da lesão. Orelhas e patas sangram bastante. Encaminhe
o animal para o veterinário para a desinfecção e sutura do
corte. Se isso não for possível imediatamente, após o
sangramento diminuir, limpe o local com água oxigenada.
Curativos com gase e esparadrapo são difíceis de se manter
pois o animal costuma retirá-los imediatamente. Desinfete e
mantenha o local protegido por uma gase ou pano para impedir o
acesso de moscas na lesão (podem causar miíase ou bicheira).
Vasos Sanguíneos:
Se um vaso sanguíneo for atingido (veia ou
artéria), a hemorragia pode ser grave e deve ser estancada
imediatamente. Os vasos que podem ser atingidos mais
facilmente localizam-se nas patas, cauda ,orelhas e pescoço.
O que Fazer:
A mesma técnica deve ser empregada: aplica-se
um pano limpo sobre a lesão pressionando firmemente. No caso
de vasos maiores, o sangue não irá parar facialmente. Mantenha
a pressão sobre a região até chegar ao veterinário. No caso de
patas ou cauda você pode aplicar um torniquete (foto), ou
seja, com um barbante, cordão ou até o cadarço de sapato, você
amarra o membro um pouco antes da região do corte. O
torniquete estancará a hemorragia imediatamente, mas você não
deve mantê-lo por mais de 15 minutos ou apertá-lo muito sob o
risco de gangrenar o membro por falta de suprimento de sangue.
Se usar o torniquete, afrouxe-o a cada 15 minutos e depois
volte a apertar.

HEMORRAGIAS INTERNAS
Esse tipo de hemorragia é
difícil de detectar pois você não a visualiza. Após uma queda
ou um acidente, o animal pode perder sangue por rompimento de
um órgão ou um vaso interno.
O que Fazer:
Se o animal estiver com uma
hemorragia interna , ele perderá temperatura rapidamente e
suas mucosas (gengivas e conjuntivas) ficarão muito pálidas. O
animal pode perder a consciência e entrar em choque. Como não
temos como diagnosticar a hemorragia interna, em casos de
acidentes ou quedas, se houver perda de temperatura, palidez e
perda de consciência, tratar o animal como no caso de
choque e encaminhá-lo ao veterinário imediatamente.
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Cortes Profundos
É comum ocorrerem e,
geralmente, são causados por brigas entre cães, cacos de
vidro, cercas de arame farpado e outros. A pele é irrigada por
pequenos vasos sanguíneos e as lesões causam sangramento
considerável. Não se apavore com o sangue, ele pode ser
controlado facilmente.
O que Fazer:
Primeiramente, estanque a
hemorragia pressionando o local com compressas de gaze ou um
pano limpo. Orelhas e patas costumam sangrar bastante e por
longo tempo. Certifique-se que nenhum vaso foi atingido (caso
tenham sido, a haverá muito sangue e você não conseguirá
estancar). Após controlar a saída de sangue, limpe bem o
ferimento aplicando água oxigenada nas bordas e dentro da
ferida. Esse procedimento pode causar desconforto ao animal.
Assegure-se que alguém esteja segurando o cão enquanto você
trabalha ou amarre o focinho dele. Com dor, mesmo cães e gatos
dóceis podem morder. Após a limpeza, proteja o local contra
moscas aplicando uma gaze ou pano limpo sobre o ferimento.
Gaze e esparadrapo não são suportados pelos cães e gatos, mas
você pode colocar um curativo leve até chegar ao veterinário.
Os cortes podem ser suturados
até 6 horas após a lesão. Assim, leve o cão para o veterinário
no mesmo dia. Caso isso não seja possível, mantenha o
ferimento limpo e protegido até que a sutura possa ser feita.
Corte os pêlos em volta do corte.
As moscas podem depositar ovos
nos ferimentos e suas larvas podem se desenvolver dentro do
corte (miíase ou bicheira). Se você estiver no campo (sítio ou
fazenda) ou perceber as moscas pousando no ferimento, use um
repelente para moscas (Lepecid ou Matabicheira) ao redor da
ferida até 2 vezes ao dia antes e após a sutura da lesão. Os
ferimentos não fechados por sutura irão cicatrizar muito
lentamente, deixam cicatrizes grandes e o risco de uma miíase
é muito grande.
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Choques Elétricos
Não são raros os cães ou gatos
que costumam roer fios elétricos, principalmente, os filhotes.
Esta é a maneira mais comum do animal ser atingido por uma
corrente elétrica. Dependendo da intensidade da corrente e do
tempo em que o animal permaneceu ligado a ela, as injúrias
podem ser desde um simples susto até uma queimadura grave ou
um comprometimento mais sério com parada cardio-respiratória.
O que Fazer:
se o animal levou o choque, mas não
permaneceu conectado a ele: Você deve verificar se a boca
(interna e externamente) ou a língua do animal apresentam
sinais que queimaduras. A região pode estar escurecida ou
acinzentada. Na parte interna da boca e língua, não há muito o
que fazer. O animal relutará em comer por alguns dias. Ofereça
alimentos líquidos e frios como caldo de carne. Se a região
externa da boca for atingida, uma pomada antibiótica e
cicatrizante poderá ser usada.
se o animal levou o choque e permanece
conectado ao fio elétrico: NÃO TOQUE NELE. Em primeiro
lugar, desconecte a tomada da rede elétrica. Observe se o
animal está consciente ou não. Se ele não estiver respirando,
faça respiração artificial. Se o coração estiver parado,
comece a massagem cardíaca. No caso de uma parada
cardio-respiratória, faça a massagem cardíaca e a respiração
artificial conjuntamente (faça uma seqüência de 5 ou 6
pressões sobre o coração, intercaladas por uma respiração).
Aguarde os sinais vitais voltarem para verificar a extensão da
queimadura na boca e língua.
Animais com lesões muito graves
na boca, que se recusam a comer ou beber água, devem receber
soro por via endovenosa, diariamente, para não correrem o
risco de desidratação. Todo o animal que teve um episódio de
choque elétrico deve ser observado por 2 a 3 horas quanto a
dificuldade respiratória. Em alguns casos, nesse período, pode
desenvolver-se edema pulmonar. que deve ser tratado
imediatamente pelo veterinário.
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Queimaduras
As queimadura são classificadas
em graus de acordo com a gravidade da lesão:
1º GRAU:
lesão superficial que cicatriza
em média após 10 dias.
2º GRAU:
lesão da pele mais profunda que
a anterior. Há perda dos pêlos e formação de vesículas
(bolhas). A pele cicatriza em 15 dias.
3º GRAU:
lesão grave em que toda a
espessura da pele é destruída. É um processo muito doloroso e
de cicatrização muito lenta.
Causas comuns:
agentes térmicos (água ou superfícies muito quente, fogo) ou
agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).
Casos comuns:
animais que comem comida caseira muito quente podem ter
queimaduras de grau leve na boca e "lábios"; acidentes
envolvendo água fervendo derramada sobre os animais resultam
em queimaduras de 3º grau; animais que lambem ou ingerem
substâncias causticas presentes em produtos de limpeza podem
queimar a boca e esôfago; choques elétricos podem resultar em
queimaduras na boca e língua; queimaduras de sol podem ocorrer
em animais de pele e focinho muito claros (róseos).
O que Fazer:
Queimaduras de 1º e 2º graus
podem ser tratados com pomadas cicatrizantes e antibióticas.
Não usar produtos como pasta de dente e outros, sobre a área
lesada. Lavar a lesão com soro fisiológico frio, aplicar uma
pomada cicatrizante e uma bandagem de gaze até levar o animal
ao veterinário. Se a lesão for de 3º grau, esse procedimento é
muito doloroso e, portanto, deve ser feito sob tranqüilizarão
ou anestesia.por um profissional. Neste caso, aplique soro
fisiológico frio e leve o animal ao veterinário pois toda a
manipulação da queimadura é muito dolorosa. Queimaduras de sol ocorrem em
animais expostos muito tempo ao sol e podem ser evitadas com o
uso de um protetor solar sobre a região rósea do focinho.
Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e
pêlos muito claros.
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Vômitos e Diarréias
Vômitos e diarréias intensos
não chegam a ser uma emergência veterinária, mas se o
proprietário não tomar medidas urgentes, eles podem levar o
animal à morte por desidratação.
Causas Do Vômito:
Dor abdominal intensa:
Pode causar vômito no animal. Problemas renais, hepáticos,
torções no intestino e estômago, por exemplo, causam vômitos.
Intoxicações diversas:
As mais comuns são por produtos inseticidas usados na casa (dedetizações)
ou no animal (produtos anti-pulgas tóxicos).
Doenças virais ou bacterianas:
Cinomose, parvovirose, infecção uterina (piometra), etc..
Tosse severa:
O esforço constante em tossir pode causar vômitos.
Assim, o vômito pode ser
atribuído a inúmeras causas e não se pode ter um diagnóstico
preciso da doença somente com este sinal clínico. O vômito
caracteriza-se por uma substância incolor e espumosa
constituída de suco gástrico. Às vezes, pode ter coloração
amarelada por refluxo de bílis. O animal vomitando
excessivamente corre o risco de desidratação, uma vez que ele
não absorve a água necessária para a sua manutenção. Além
disso, ocorre um desequilíbrio eletrolítico pois o animal
perde muito ácido. O cão torna-se fraco e apático. Deve-se
corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do
organismo.
Causas da Diarréia:
Intoxicações
Mudanças alimentares brusca
Vermes
Viroses:
parvovirose, coronavirose,
etc..
Stress:
mudanças de ambiente ou na
rotina da casa
A diarréia é a perda de líquido
através das fezes que tornam-se pastosas ou líquidas. O animal
com uma diarréia intensa (líquida e em grande quantidade)
causa uma desidratação muito rápida. Mesmo que ele esteja
bebendo líquidos, muitas vezes, a perda é maior que a
reposição e uma desidratação leve, moderada ou grave se
instala. Ocorre desequilíbrio eletrolítico pois, através da
diarréia, o organismo torna-se muito ácido. O animal fica
muito apático, fraco, pode ter tremores pela dor abdominal
causada por cólicas (fortes contrações intestinais para
expulsar as fezes). Deve-se corrigir a desidratação, caso
ocorra, e o equilíbrio do organismo.
O que Fazer:
Verifique se o animal está desidratado:
Para isso puxe a pele do animal
na lateral do abdômen ou um pouco abaixo do pescoço. Se a pele
demorar a voltar , o cão está desidratado. Se a pele não
voltar, a desidratação é grave e o animal pode estar correndo
risco. Leve-o ao veterinário imediatamente.
Retirar a comida do animal:
No caso de vômitos e diarréia,
leves ou graves um jejum de 24hs é necessário. Enquanto
estiver comendo, o animal continuará a ter vômito e/ou
diarréia e a perda de líquidos e o desequilíbrio do organismo
irão piorar. No caso de vômitos, retirar água também, caso o
animal beba e vomite. O jejum é essencial para que o organismo
possa se recuperar.
Hidrate o animal:
Se não puder levar o cão ao
veterinário, tente hidratá-lo com soro caseiro. Ofereça
pequenas quantidades de soro várias vezes ao dia. Se isso
causar vômitos, suspenda o soro. A hidratação por via oral não
é eficaz no caso de desidratações graves. Consulte o
veterinário antes de qualquer coisa e faça a hidratação oral
apenas se não conseguir contactar um profissional.
Soro Caseiro:
200ml de água fervida ou
filtrada (1 copo)
1 colher de sobremesa de
açúcar
1 pitada de sal
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Ataques Epiléticos
O cão pode sofrer um ataque
esporádico ou ter um histórico de epilepsia (ataques
freqüentes). Os ataques convulsivos assustam muito o
proprietário inexperiente.
Como Reconhecer o Ataque:
O animal, normalmente, fica
incoordenado, cai no chão e permanece deitado de lado em
movimentos de pedalagem, como se estivesse tentando se
levantar. Urinar e defecar , involuntariamente, pode ocorrer
durante o ataque. Pode haver ou não perda de consciência. O
cão fica ofegante e aos poucos vai se acalmando. Muitos cães
voltam ao normal em poucos minutos, outros ficam abatidos
durante o dia todo, demonstrando cansaço.
O que Fazer:
Observe o animal e evite que
ele se machuque. Notifique o seu veterinário do ataque.
Procure observar quanto tempo durou a crise convulsiva. Se o
animal é saudável e não sofre de problemas cardíacos graves,
não há risco de vida. Aguarde o ataque passar. Se o ataque
tiver uma duração muito longa (minutos), encaminhe o animal ao
veterinário imediatamente. Após retornar à consciência e
estando recuperado, o animal pode beber e comer normalmente
depois da crise. Cães epiléticos não devem ter acesso a áreas
com piscina. Durante um ataque o cão pode cair dentro dela e
afogar-se. A reprodução desta matéria não é permitida para
fins de publicação em revistas, jornais, periódicos ou páginas
na Internet sem prévia autorização.
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Picadas de Cobras
Em nosso país, existem 70 espécies de
cobras venenosas, porém, apenas algumas tem importância em
termos de acidentes:
jararacas,
cascavéis,
corais e
surucucus. Os cães são picados ,
geralmente, na região do focinho, peito e pescoço. Isto ocorre
pois o cão , muitas vezes, aproxima-se para cheirar a cobra
por curiosidade. A ocorrência em gatos é rara. É importante se
ter noção do tipo de cobra que picou o animal e para isso
devemos conhecer os sintomas que a picada de cada cobra
provoca.
Como Saber Se o Animal Foi Picado?
A picada geralmente, é muito
dolorosa. O local pode apresentar as marcas de dentes,
embora os pêlos atrapalhem muito a visualização. A região pode
começar a inchar muito e a pele tornar-se escura
. Os pêlos podem começar a descolar. Alguns animais podem
entrar em choque se muito veneno for injetado. Nem todas as
picadas de cobras venenosas podem conter uma grande quantidade
de veneno, portanto, os sintomas podem variar de leves a muito
graves. Geralmente, a pele irá cair próximo ao local da
picada. Um inchaço muito grande na região do pescoço pode
causar dificuldade respiratória no animal.
Se Animal For Picado, o Que Fazer?
Independente do tipo de cobra
que picou o animal, o atendimento de emergência é o mesmo.
Mantenha o animal calmo e não deixe que ele se movimente
muito. Encaminhe o cão ao veterinário para que ele receba o
soro específico que é o único método eficaz de combater o
envenenamento. Você pode colocar um saco plástico com gelo
sobre o local, na tentativa de conter o inchaço, até chegar ao
veterinário. Se o animal entrar em choque, mantê-lo aquecido.
Se o seu cão está numa região
onde é freqüente o aparecimento de cobras, converse com o seu
veterinário e procure ter estocado em geladeira o soro
específico para uso em animais (veterinário) O soro deve ser
aplicado assim que for possível. Em casos de sintomas mais
leves, a aplicação é subcutânea. Em casos graves, ela deve ser
feita pelo veterinário, na veia, acompanhado de um
anti-histamínico para se evitar uma reação do organismo à
aplicação do soro.Informe-se com o veterinário da região para
que ele lhe dê uma orientação de como aplicar o soro e um
anti-histamínico num caso de emergência.
O Que Você Não Deve Fazer:
não corte o local da picada: O veneno da jararaca, por
exemplo, causa hemorragia, se você cortar o local, o
sangramento se agravará;
não faça torniquete: Até pouco tempo, o torniquete
era usado para evitar que o veneno se difundisse para o resto
do corpo. Porém, fazendo o torniquete, a alta concentração de
veneno no local da picada pode causar gangrena . Assim, NÃO se
deve fazer torniquete seja em humanos ou animais sob o risco
de gangrenar o local da picada ou até a perda de um membro.;
não coloque remédios caseiros sobre a
picada (terra , fumo, etc.):Isso só possibilitará a
infecção do local e podem irritar ainda mais o ferimento.
Como Eu Posso Saber Que Tipo De Cobra Picou Meu
Animal?
Mesmo visualizando a cobra,
para o leigo fica difícil a identificação. Mas por algumas
características próprias e os sintomas, isso fica mais
simples.
Jararaca:
responsável por quase 88% dos acidentes com cobras em humanos.
Existem várias espécies que vivem em ambientes diferentes em
todas as regiões do Brasil. Alcançam no máximo 2 metros.
sintomas do envenenamento: dor, inchaço muito evidente e
sangramento no local. Pode ocorrer gangrena, bolhas ou
abscesso no local da picada; insuficiência renal aguda.
Cascavel:
responsável por quase 8% dos acidentes no homem. Chegam a
medir 1,8 metros. Possui chocalho na ponta do rabo.
sintomas do envenenamento: (até 3 horas após o acidente)
sinais neurológicos. O veneno causa alterações na visão como:
visão dupla ou turva (o animal pode andar como se estivesse
tonto), dor muscular e urina avermelhada que irá se tornando
mais escura com o passar do tempo.
complicações: insuficiência renal.
Surucucu:
responsável por quase 3% das picadas. É uma cobra grande que
chega a medir 4,5 metros. É mais comum na região amazônica.
sintomas do envenenamento: inchaço no local, diarréia e
sangramento
Coral:
responsáveis por menos de 1% dos acidentes. É difícil
diferenciar as corais verdadeiras das falsas, não venenosas.
Vivem escondidas em tocas e aparecem em inundações. O veneno é
muito potente e pode matar em minutos.
sintomas do envenenamento:
sinais neurológicos como
dificuldade de abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em
engolir, insuficiência respiratória aguda.
Para ver as fotos das cobras ,
visite o Instituto Butantã:
www.spguia.com.br/butantan/cobras.html
Que Tipo de Soro Usar?
Existem soros antiofídicos
(antitoxinas) para cada um desses 4 tipo de cobras. No caso de dúvidas, leva-se em
conta o tipo de cobra mais comum na região e os sintomas que o
animal apresenta. Se não houver certeza, aplica-se o soro
polivalente veterinário que neutraliza os venenos de jararaca
e cascavel.. A quantidade de soro usada vai depender da
gravidade de envenenamento. O uso de antibióticos se faz
necessário, muitas vezes. Tanto o animal como o ser humano
pode sobreviver a um acidente com cobras desde que medicado à
tempo. Ninguém torna-se imune ao veneno após ser picado e
sobreviver ou após receber o soro.
Algumas Dicas:
Evite as Cobras - A limpeza é muito
Importante:
Combata os ratos, pois as
cobras alimentam-se deles. Mantenha sempre limpos os terrenos,
quintais e plantações.
Equilíbrio Ecológico:
Preserve os predadores, como
emas, gansos, seriemas, gaviões, gambás e a cobra Muçurana são
os predadores naturais das cobras venenosas. Conserve o meio
ambiente, desmatamentos e queimadas devem ser evitados. Além
de destruir a natureza, provocam mudanças de hábitos dos
animais, que se refugiam em paióis, celeiros ou mesmo dentro
das casas.
Autoria do Texto:
Silvia C. Parisi
médica veterinária - (CRMV SP 5532)
www.webanimal.com.br
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